domingo, 28 de novembro de 2010

Ganhar não é suficiente!

No Evangelho vivido na atualidade muito é falando de missões e pouco se faz, muitos folhetos são entregues, sopas são dados entre outras coisas, e quando se converte uma alma todos comemoram, “missão esta completa ganhamos uma alma”. O problema é que ganhamos e perdemos na mesma proporção por quê?

“Ide, fazei discípulos de todas as nações...” Mt 19:28

As pessoas só estão indo, não estão fazendo discípulos, Jesus para deixar os apóstolos passou 3 anos e agente quer que com uma oração o cara já esteja pronto, Paulo passava anos nos lugares por onde passava ensinando para que se constituísse uma igreja. É nos que achamos que as coisas acontecem da Noite para o dia, não é!

“Nascer de Novo” Jo 3:1-6

Quando uma criança nasce ela não sabe andar nem falar, ela é dependente do pai e da mãe, a mãe dá o leitinho pro seu filho, o que mais se vê e crianças órfãs na igreja, sem o devido alimento espiritual, a tendência é morrer. Os novos convertidos têm que ser vistos dessa forma, pois eles precisam ser cuidados até que cresçam e possam ter seus filhos.
Rodrygo Gonçalves

sábado, 6 de novembro de 2010

A marginalidade de Jesus


Roberta Lima


Muito se fala da santidade, genialidade, amor, carisma, milagres, liderança, ensino e diversas facetas que expressam a pessoa de Cristo, mas sinceramente pouco ouço falar da marginalidade de Jesus.
Parece até conflitante falar de Jesus e associarmos a palavra marginal ao mesmo, mas não há nenhuma conotação ofensiva nisto, pois se bem analisarmos os fatos: Jesus foi um marginal de sua época.

Antes de você me chamar de herege ou me xingar, acompanhe o raciocínio...

Jesus era um homem simples, de uma profissão simples [até ouso fazer o paralelo com um operário padrão de nossos tempos], morava na Galiléia, considerada uma cidade que não produzia expoentes divinos [João 7:52] e pertencia a um povo subjugado pelo Império Romano, sendo que sua nação estava bem distante do pulsante coração econômico da época.

Creio que esses fatores, por si mesmos, já colocariam Jesus à margem do mundo de sua época, mas o mesmo foi além e também se colocou à margem da religião de sua época...Parece até mesmo um contra-senso mas o filho de Deus era marginalizado pela religião.

Prova mais do que cabal de que religião e Deus realmente não devem se misturar, eu sei, é um paradoxo daqueles difíceis de serem digeridos por nossas mentes muitas vezes totalmente formatadas pela tradição religiosa.

Mas voltemos à marginalidade de Jesus...me salta aos olhos o seguinte trecho do evangelho de Lucas:

“Muitas vezes vinham cobradores de impostos (gente desonesta) e outras pessoas de má fama para ouvir os sermões de Jesus; com isso começaram diversas queixas dos líderes religiosos e dos estudiosos da lei judaica, porque Ele estava fazendo amizade com aquela gente baixa – e até comendo com eles.”
Lc 15: 1-2 [Biblia Viva]

Aos olhos dos religiosos da época era inadmissível a relação de Jesus com a “ralé” da sociedade, ter amizade e comer com pessoas desonestas, baixas e de má fama era algo surreal para as mentes farisaícas e legalistas de plantão.

Há outros trechos na bíblia que falam que o mesmo foi chamado de glutão, beberrão, amigo de pecadores [Lucas 7:34], enfim, meu querido Jesus não era portador de boa fama, escolheu frequentar a margem da sociedade, escolheu o caminho longe do academicismo, longe do clericalismo, longe dos holofotes, longe das classes abastadas na maior parte do tempo.

É tão interessante mas o filho de Deus, o Messias prometido, não veio travestido de vestes religiosas, comportamento tradicional ou amizades seletas. Algo que nossa mente engessada pela religiosidade muitas vezes não consegue vislumbrar, mas que é plenamente explicada pelas palavras de Paulo quando o mesmo diz aos coríntios que Deus escolheu as coisas loucas desse mundo para confundir as sábias, Deus escolheu as coisas fracas desse mundo para confundir as fortes e Deus escolheu as coisas vis, desprezíveis e as que NÃO SÃO para confundir aquelas que são...quer algo mais marginal do que essa passagem das escrituras? [1 Coríntios 1:27-28]

Ao pensar em tudo isso e olhar para a igreja, me pergunto: que caminhos temos trilhado? Onde está a marginalidade do povo que se auto-intitula como de Deus?

O mais comum é ouvir sermões que mais parecem discursos de auto-ajuda e que prezam pela formatação com o sistema de valores reinante, no qual o TER vem sempre antes do SER.

O mínimo que consigo concluir após tudo isso é: revisemos a rota, os rumos...busquemos a margem! Não nos importemos com nossas posições, qualificações e até mesmo convicções pessoais, mas busquemos aquilo que o Mestre buscava: os pequeninos, os esquecidos e marginalizados para que também possamos ouvir Dele naquele dia: tive fome e me deste de comer, estava preso e foste ver-me, estava nu e me vestiste, estive com sede e me deste de beber [Mateus 25:35-36].

Frisando que nem sempre a sede será de água, a fome de pão, a nudez de roupas e a prisão de algemas...eis um desafio!