segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Não existe arte profana!


Hermes C. Fernandes

"Entre as graças que devemos à bondade de Deus, uma das maiores é a música. A música é tal qual como a recebemos: numa alma pura, qualquer música suscita sentimentos de pureza." Miguel de Unamo

Todas coisas são puras para os puros, mas nada é puro para os corrompidos e descrentes. Antes a sua mente como a sua consciência estão contaminadas.” Paulo em sua carta a Tito cap. 1, verso 15

Haveria algum idioma que pudesse ser considerado sagrado? Alguns talvez achem que sim. Há até quem pense que a língua falada no céu seja o hebraico, e que esta seria o idoma original dos homens, antes de Babel.

Recentemente, fui indagado acerca da logomarca de nossa igreja (Uma cruz estilizada que lembra uma estrela, com o que parece uma letra “x” no meio dela). Ao explicar que aquela letra “x” era na verdade a primeira letra grega do nome “Cristo” (Christus), houve quem alegasse que o grego e o latim seriam os idiomas prediletos do satanismo.

Ora, já ouvi tanta asneira nesta vida, mas esta superou a muitas delas. Então, teremos que concluir que o Novo Testamento foi todo escrito em língua satânica e que Paulo pregava no idioma dos demônios!

Um argumento como este revela o quão criativo é o gênio humano, tanto para o bem, quanto para o mal.

Haveria em nosso alfabeto alguma letra maligna? Claro que não! Mas é possível usar as letras de nosso alfabeto para escrever qualquer coisa, desde louvores a Deus até insultos e obcenidades. Porém isso, não torna aquelas letras profanas.
Assim se dá com a música, por exemplo. Quem criou as notas musicais? Não foi o diabo, ou foi? E quanto aos ritmos diversos, teriam sido criados ou inspirados por ele? Recuso-me a crer neste absurdo.

Não há música profana! O que há são músicas profanadas. Usar a música para estimular sentimentos perversos no coração humano é profanar uma das mais sagradas artes.

Harmonia, melodia e ritmo podem ser igualmente usados para o bem ou para o mal. Assimo como posso usar uma faca tanto pra fatiar um pão quanto pra ferir alguém. Isso não faz da faca um instrumento satânico, ou faz?

O que é uma canção senão a combinação de harmonia, melodia e ritmo? Nenhum destes elementos pode ser considerado profano em sua origem. O que se pode é profaná-los, dando-lhes um propósito maligno.
Não posso satanizar um frango só porque alguém o oferece numa encruzilhada a espíritos imundos. Não vou deixar de degustar um saboroso frango assado por isso.

Posso usar todo o espectro de cores para pintar uma obra que insulte os valores cristãos, como posso usar o mesmo pincel para criar obras que os enalteçam.

Mesmo uma obra considerada “profana” pode ser apreciada de outros ângulos. Em vez de condená-la, podemos buscar entender a intenção de seu autor, e a maneira como ele tenta expressar o que há em sua alma. Há anseios, frustrações, anelos profundos, amarguras, questionamentos, inquietudes, que nem sempre são verbalizados claramente, mas que vazam através de sua produção cultural.

Em vez de ficar ouvindo discos de trás pra frente em busca de mensagens subliminares, deveríamos ouvi-los com o coração tomado de compaixão, buscando compreender o que de fato essas almas humanas tentam comunicar nas entrelinhas de sua arte.

O que foi profanado pode ter sua sacralidade primordial resgatada. Alguns avivalistas e reformadores perceberam isso nos séculos passados. Charles Wesley, o maior compositor cristão de todos os tempos, tomava emprestado melodias usadas nos cabarés da Inglaterra, e as transformava em louvores a Deus. Aliás, muitos dos hinos da Harpa Cristã e do Cantor Cristão tiveram origem “profana”.

Ademais, devemos considerar a graça comum, que como chuva derramada sobre justos e injustos, é capaz de inspirar o mais vil dentre os homens a produzir coisas belas, dignas de apreciação e aplauso.
A vida enxergada do prisma da graça é muito mais leve, solta e vibrante. Sem neuroses, fanatismo infundado, mania de conspiração, e outras bizarrices.

Sinto-me inteiramente à vontade para apreciar as linhas harmoniosas de uma obra arquitetônica de Niemeyer, e ainda louvar a Deus por sua genialidade, mesmo sabendo que ele é ateu.
Prefiro embasbacar-me contemplando o interior da Capela Sistina, a ficar buscando na obra de Michelângelo algum indício de que ele pertencesse a uma sociedade secreta qualquer.

Jamais me preocupei em ser flagrado ouvindo uma boa música secular, nem em ter que dar explicação aos que me censurem por isso.

Posso apreciar uma escultura do ponto de vista artístico, sem por isso comprometer a pureza de minha fé, nem endossar a idolatria que se preste a ela.

Não sou menos espiritual por dar umas boas gargalhadas enquanto assisto a uma comédia.

Deixo-me emocionar enquanto assisto a uma apresentação de ballet ou a uma peça teatral, ou mesmo a um concerto de música pop, sem qualquer constrangimento ou culpa, por reconhecer que a fonte primeva de toda beleza é Deus.

Afinal de contas, “d’Ele e por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória, pois, a Ele eternamente. Amém” (Rm.11:36).

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

BOM O BASTANTE!

“… Ainda te edificarei, e serás edificada…” – Jeremias 31:4 NKJV

Não permita que ninguém a não ser Deus lhe diga o quanto você vale. Fazer isso significa dar poder demais a alguém. Se as pessoas puderem rotular você, elas poderão limitá-lo. Até que você saiba o que Deus pensa a seu respeito, você não saberá nem o seu valor como pessoa nem o propósito da sua vida. Você se preocupará com a sua aparência, com o que os outros pensam, e se você vai ter êxito na vida ou não. Mas quando você crê na promessa de Deus: “... Com amor eterno te amei... ainda te edificarei e serás edificada...” (Jeremias 31:3-4 NKJV), você é livre para se concentrar em melhorar e atingir o seu potencial que lhe foi dado por Deus. O que a vida destruiu, Deus pode reconstruir. 


Hoje, se você está sofrendo por falta de auto-estima, eis uma oração que pode lhe ajudar: “Pai, às vezes acho que não tenho utilidade, que não posso fazer nada direito, que nada do que faço é bom o bastante. Mas sei que quando Tu olhas para quem sou, e para quem posso ser, Tu vês Jesus. E Ele é bom o bastante! Foi bom o bastante o fato Dele ter derramado o Seu precioso sangue para cobrir a minha indignidade. Foi bom o bastante o fato Dele ter pago o preço por cada pecado que um dia cometi. É bom o bastante Ele estar operando para me aperfeiçoar a cada dia. É bom o bastante que Ele me veja como ‘justo’ em Cristo. É bom o bastante que Ele esteja intercedendo por mim junto ao trono de Deus neste instante. É bom o bastante Ele estar consertando as áreas quebradas da minha vida e me tornando íntegro. É bom o bastante que o Seu amor por mim seja eterno e garantido. Obrigado, Pai, porque tudo que Jesus faz é bom o bastante, e porque Nele, eu também sou bom o bastante!”


Porção diária

Pai, ta difícil manter o caminho
Tenho andado em meio a espinhos
Nem sempre é tão fácil acertar.

Pai, emoções descalçam os meus pés
Me roubando em meio a cordéis
Que me enlaçam em minhas fraquezas.

Pai, eu nem sei o que te falar
Mas, eu quero recomeçar
Me ajuda nesse instante.

Preciso da Tua mão
Vem me levantar
Faz-me teu servo Senhor
Me livra do mal
Quero sentir o Teu Sangue curar-me
Agora meu Senhor, vem restaurar-me.